CONAMA: saiba mais sobre o órgão e sua relevância
Quando falamos em legislação e proteção ambiental no Brasil, o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)é uma referência. Mas, afinal, o que é o CONAMA e qual a sua verdadeira relevância para o cenário ambiental, impactando desde grandes projetos industriais até a qualidade de vida nas cidades? Neste artigo, detalharemos sua estrutura, funções e importância […]
Quando falamos em legislação e proteção ambiental no Brasil, o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)é uma referência. Mas, afinal, o que é o CONAMA e qual a sua verdadeira relevância para o cenário ambiental, impactando desde grandes projetos industriais até a qualidade de vida nas cidades?
Neste artigo, detalharemos sua estrutura, funções e importância das resoluções do CONAMA. Compreenda como este órgão é essencial para moldar as políticas ambientais brasileiras, e o impacto em suas operações!
O que é o CONAMA?
O CONAMA, ou Conselho Nacional do Meio Ambiente, é o principal órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) no Brasil.
Criado pela Lei nº 6.938/81, a qual instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), o CONAMA atua como uma instância superior de diálogo e decisão sobre as políticas ambientais do país.
Sua função vai além de apenas aconselhar, ele tem o poder de estabelecer normas e critérios que moldam a forma como as atividades econômicas e sociais interagem com o meio ambiente.
A composição do CONAMA é fundamental para sua relevância, pois reúne uma natureza multissetorial. Participam de suas reuniões representantes do governo federal (diversos ministérios), dos estados, dos municípios, de setores produtivos (indústria, agricultura), de organizações não governamentais (ONGs) e da sociedade civil.
Essa pluralidade de vozes e perspectivas garante que as decisões tomadas considerem diferentes interesses e realidades, buscando um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental.
É por meio desse diálogo que o órgão consegue deliberar sobre temas complexos e com grande impacto para a sociedade.
Quais as principais funções e competências do CONAMA?
Como órgão consultivo, o CONAMA tem a capacidade de opinar sobre políticas e diretrizes propostas por outros órgãos do SISNAMA ou pelo governo. No entanto, sua principal força reside em seu caráter deliberativo, o que significa que suas decisões resultam em normas e padrões obrigatórios que devem ser seguidos por todos. Essa prerrogativa o torna um dos mais influentes órgãos ambientais do país.
Um de seus focos mais importantes é a edição de resoluções, que são normas e padrões de qualidade ambiental que abrangem diversas áreas de atuação.
Por exemplo, o CONAMA estabelece os critérios e procedimentos para o licenciamento ambiental de empreendimentos, define os padrões de qualidade do ar e da água, e regulamenta a gestão de resíduos sólidos.
Embora a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) tenha sua própria lei e decreto regulamentador, muitas das diretrizes básicas sobre resíduos tiveram suas bases em resoluções do CONAMA ou foram influenciadas por elas ao longo do tempo.
Além de normatizar, o CONAMA também tem a competência de propor políticas públicas e diretrizes para a política ambiental, influenciando diretamente o planejamento e a execução de ações governamentais.
Ele também monitora a aplicação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), garantindo que os objetivos de proteção ambiental sejam, de fato, alcançados. Sua atuação, portanto, é ampla e complexa abrangendo desde a formulação de normas técnicas até o acompanhamento da implementação de grandes estratégias ambientais.
Qual o impacto das resoluções do CONAMA para as empresas?
O principal ponto de contato é o licenciamento ambiental, pois as normas do CONAMA ditam as regras para a instalação, operação e ampliação de empreendimentos de todos os portes.
Resoluções como a CONAMA nº 237/1997, que estabelece os procedimentos e critérios básicos para o licenciamento, são fundamentais para que as empresas entendam as etapas e exigências para obter as licenças necessárias.
A não observância dessas diretrizes pode resultar em paralisação de projetos e sanções severas.
Além do licenciamento, o CONAMA estabelece padrões de qualidade para diversos aspectos ambientais. Isso inclui, por exemplo, limites para o lançamento de efluentes líquidos (Resolução CONAMA nº 430/2011), para as emissões atmosféricas de poluentes por fontes fixas, e padrões de qualidade do solo e da água.
As empresas são obrigadas a monitorar e controlar suas operações para garantir que esses limites sejam respeitados, investindo em tecnologias de tratamento e controle de poluição.
Na gestão de resíduos, as resoluções também são relevantes, definindo, por exemplo, critérios para aterros sanitários (Resolução CONAMA nº 306/2002) ou para o coprocessamento (Resolução CONAMA nº 499/2020), impactando operações de empresas especializadas, que precisam seguir essas normativas para oferecer soluções de destinação e tratamento ambientalmente adequadas.
A não conformidade com as resoluções do CONAMA pode acarretar sérias implicações legais e financeiras para as empresas. Isso inclui a aplicação de multas elevadas, embargos de obras ou operações, e até mesmo a cassação de licenças.
Além das penalidades legais, há um dano considerável à reputação da empresa, afetando sua imagem perante clientes, investidores e a sociedade.
Desta forma, manter-se atualizado e em conformidade com as normas do CONAMA não é apenas uma obrigação legal, mas uma estratégia essencial para a sustentabilidade, a competitividade e o sucesso a longo prazo no mercado.
Como vimos, o CONAMA desempenha um papel relevante na governança ambiental no Brasil, cujas resoluções são fundamentais tanto para a proteção do nosso meio ambiente quanto para a regulação das atividades econômicas.
Para empresas e profissionais, manter-se atualizado e em estrita conformidade com as normas desse órgão é uma estratégia inteligente que garante a sustentabilidade das operações e fortalece a reputação no mercado.
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